domingo, 27 de dezembro de 2009

AO INVÉS DE ENTRAR EM PÂNICO... (PARTE 2)


          Martin Niemöller documenta um exemplo extremo disso. Ele era um pastor da Alemanha que levantou a voz contra Adolf Hitler. Quando conheceu o ditador em 1933, ficou no fundo da sala e ouviu. Mais tarde, quando sua esposa lhe perguntou o que tinha aprendido, disse: “Descobri que Herr Hitler é um homem terrivel mente apavorado.” O medo libera o tirano dentro de nós.
          O medo também enfraquece a nossa memória. Os discípulos tinham razões para confiar em Jesus. Até então eles já o tinham visto “curando todas as enfermidades e doenças entre o povo” (Mateus 4:23). Será que alguém não deveria mencionar o histórico de Jesus ou o seu currículo? Eles se lembram dos feitos de Cristo? Pode ser que não. O medo cria uma forma de amnésia espiritual. Ele limpa a nossa memória de milagres; nos faz esquecer o que Jesus já fez e como Deus é bom. É horrível sentir medo. Ele suga a vida para fora da alma, nos põe em posição fetal e limpa toda a nossa felicidade.
          Quando o medo molda a nossa vida, a segurança se torna o nosso deus. Quando a segurança se torna o nosso deus, idolatramos a vida livre de riscos. O amante da segurança pode fazer alguma coisa grandiosa? O avesso ao risco pode executar atos nobres? Por Deus? Pelos outros? Não. Os temerosos não conseguem amar profundamente. O amor é arriscado. Eles não podem dar aos pobres. A benevolência não tem garantia de retorno. Os temerosos não podem sonhar livremente. E se seus sonhos pifarem e caírem no céu? A adoração da segurança enfraquece a grandeza. Não é à toa que Jesus trava tremenda guerra contra o medo.
          Para ser claro, o medo tem uma função saudável: ele é o informante que avisa sobre um perigo potencial. Uma dose de medo pode impedir uma criança de atravessar uma rua movimentada ou um adulto de fumar um maço de cigarros. O medo é a reação apropriada diante de um edifício em chamas ou de um cão rosnando. O medo em si não é pecado, mas ele pode levar ao pecado.
          Se medicarmos o medo com explosões de raiva, bebedeiras, ataques de rabugice, fome ou controle total, excluiremos Deus da solução e exacerbaremos o problema. Agindo assim, nos sujeitaremos a uma posição de medo, deixando a ansiedade dominar e definir a nossa vida. Preocupações que eliminam a alegria. Medo que deixa o dia dormente. Repetidos ataques de insegurança que nos petrificam e paralisam. A histeria não vem de Deus. “Pois Deus não nos deu espírito de covardia” (2Timóteo 1:7). O medo sempre vai bater na sua porta. Simplesmente não o convide para jantar e não lhe ofereça a cama para passar a noite. O medo pode preencher o mundo, mas não tem que preencher o nosso coração.


CONTINUA...

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